domingo, 25 de outubro de 2015

"A rosa", de Jorge Luis Borges

"A rosa,
a imarcescível rosa que não canto,
a que é peso e fragrância,
a do negro jardim na alta noite,
a de qualquer jardim e qualquer tarde,
a rosa que ressurge da tênue
cinza pela arte da alquimia,
a rosa dos persas e de Ariosto,
a que sempre está só,
a que sempre é a rosa das rosas,
a jovem flor platônica,
a ardente e cega rosa que não canto,
a rosa inalcançável."

(Tradução de Glauco Mattoso e Jorge Schwartz, de Obras completas, publicação da Editora Globo.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário