sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Soneto do júbilo que o amor nos traz (p/ Priscylla Mariuszka Moskevitch)

A um homem que ao amor se submeteu
E vê no inferno as bênçãos do paraíso,
Não perguntem jamais por seu juízo
Pois já há muito tempo ele o perdeu.

Sabe muito bem disso quem, como eu,
Desprezando qualquer cautela e aviso,
Logo ao primeiro olhar, vago, indeciso,
O amor como senhor reconheceu.

Todos me dizem que ele é meu algoz,
Mas como pode ser, se sua voz
Acende em mim a chama da ternura,

Se são doces as suas chibatadas
E se estas minhas costas flageladas
Regozijam-se com sua tortura?

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