quarta-feira, 27 de abril de 2016

Soneto do que trouxemos do mar

Ontem, quando saímos mar afora,
Quem viu o nosso rosto sorridente
E o nosso orgulho, quase prepotente,
Espanta-se ao ver nosso rosto agora.

Com que ânimo e com que intenção ardente,
Ontem, ao resolver que era já hora,
Gritei aos homens "Vamos já embora"
E eles me responderam: "Sempre em frente!"

Quantos anseios, quantas esperanças
Levamos nós à decisão do mar,
De suas tempestades e bonanças.

Cumprimos todas as mil e uma rotas
E o que trazemos hoje, ao regressar,
É o cansaço de todas as derrotas.

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