segunda-feira, 13 de junho de 2016

Soneto em dois tempos

Hoje falas com enfado
Do tempo em que tu me amavas
E em que esse amor proclamavas
Ser o mais belo e sagrado.

Mas nesse tempo dourado
Em torno de mim giravas,
Ou ao menos simulavas,
Com desempenho esmerado.

E nesses lábios raivosos
Que para mim hoje têm
Só pragas e maldições

Colhi beijos deliciosos
Que ainda à memória me vêm,
Úmidos, quentes, lambões.

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