segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Soneto do que o amor te concederá

Quanto mais lhe és dedicado,
Quanto maior teu fervor,
Mais de ti se esquiva o amor
E mais se faz de rogado.

Tendo-te já subjugado
E sendo já teu senhor,
Mais nada fará que for
Por ti pedido ou clamado.

Por que haverá de ser terno,
Se tu nunca passarás
De um criado, de um subalterno?

Por seres nada, como és,
Tudo que dele obterás
Será beijares seus pés.

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