domingo, 18 de setembro de 2016

Um poema de Dalton Trevisan

"O meu amor
é um barquinho bêbado
errando ao longo de Ítaca
jamais alcançada
Nas curvas do teu corpo
vagueio pelos sete mares
e mais um
Na tua boca aprendo a beijar
em todas as línguas
vivas e mortas
Visito Calipso Nausica e Circe
na unha azul do teu mindinho do pé
No teu umbigo me assombra
um unicórnio branco de pintas pretas
Assisto no teu ventre
ao galope de hipocampos fosforescentes
Na tua orelha direita
ouço o cantiquinho das sereias
e cravado no mastro dos teus braços
já me afogo
no remoinho de suspiros e delícias."

(Do livro Pico na veia, Editora Record.)

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