quarta-feira, 9 de novembro de 2016

"O Burro e a Flauta", de Augusto Monterroso

"Jogada no campo estava, faz tempo, uma Flauta que já ninguém tocava, até que um dia um Burro que passeava por ali soprou forte nela fazendo-a produzir o som mais doce de sua vida, quer dizer, da vida do Burro e da Flauta.
   Incapazes de compreender o que tinha acontecido, pois a racionalidade não era o forte deles e ambos acreditavam na racionalidade, separaram-se rapidamente, envergonhados do melhor que um e outro tinham feito durante toda a sua triste existência."

(De A ovelha negra e outras fábulas, tradução de Millôr Fernandes, Cosac Naify.)

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