quarta-feira, 17 de maio de 2017

"Aquarela", de Antonio Carlos de Brito

"O corpo no cavalete
é um pássaro que agoniza
exausto do próprio grito.
As vísceras vasculhadas
principiam a contagem regressiva.
No assoalho o sangue
se decompõe em matizes
que a brisa beija e balança:
o verde - de nossas matas
o amarelo - de nosso ouro
o azul - de nosso céu
o branco o negro o negro."

(Da antologia 26 poetas hoje, organização de Heloisa Buarque de Hollanda, edição da Aeroplano.)

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