sábado, 1 de julho de 2017

Início de "Macunaíma", de Mário de Andrade

"No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia tupanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma.
   Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam a falar exclamava:
   - Ai! que preguiça!...
   e não dizia mais nada."

(Livraria Martins Editora.)

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