sábado, 5 de agosto de 2017

Início de "Absalão, Absalão!", de William Faulkner

"Das duas horas até quase o cair da longa tarde quente, imóvel e pesada de setembro, eles permaneceram naquilo que a Srta. Coldfield ainda chamava de escritório, pois seu pai assim costumava chamar o aposento - uma sala sombria e abafada, com as venezianas completamente cerradas há quarenta e três verões (porque, quando ela era criança, acreditava-se que a luz e o ar corrente trouxessem calor e que o escuro fosse sempre mais fresco) e que, na medida em que o sol brilhava cada vez mais forte naquele lado da casa, se reticulou de vergões amarelos com manchas de poeira que Quentin imaginava serem formações da antiga pintura ressequida que o vento poderia ter trazido das venezianas esfoliadas."
(Tradução de Sônia Régis, Editora Nova Fronteira.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário