sábado, 16 de setembro de 2017

Um poema de Moacir Amâncio

"a nau aportará um dia neste cais
vazio sempre mas jamais de passageiros
todos à espera desse algum por tudo incerto
tanto a partida qual também toda chegada
seja amsterdã ou mesmo o bósforo
ainda recife pode ser constantinopla
onde seremos por demais talvez em rhodes
faremos lá a nossa língua e outras folhagens
entanto até jerusalém porto será
para os jamais desencontrados mal seguros
como se o mar um ladrilhado logos fosse
mas com porém lugar aberto a bambos pés
novos caminhos quando nunca sendo os mesmos
e os tantos olhos cegos a buscar navios."
(Do Caderno 2 do Estadão, 16/9/2017.)

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