quinta-feira, 5 de outubro de 2017

O conde (para Luiz Vita)

Só posso atribuir à inveja a antipatia que desde o começo senti pelo conde Olof. O que havia, naquele homem grosseiro, que pudesse atrair uma mulher como a condessa? Fortuna não era, porque, como fui sabendo aos poucos pelos criados antigos, ela já nascera rica. Essa descoberta me fez muito mal. Passei a imaginar aquelas mãos imensas, aquelas pernas fortes, aquele corpanzil deitado na cama conjugal. Comparei tudo com a minha inexpressiva figura de lacaio e depois disso assumi a minha amarga inferioridade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário